Rússia condena reação de Guterres a ataque a Sumy: “Desconcertante”

A Rússia condenou hoje a posição do secretário-geral da ONU, António Guterres, sobre o ataque russo em Sumi e pediu aos dirigentes das Nações Unidas que sejam imparciais em relação à crise ucraniana.
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Através de um porta-voz, Guterres manifestou-se “profundamente alarmado e chocado” com o ataque de mísseis russos à cidade ucraniana de Sumi no Domingo de Ramos, que causou 34 mortos, incluindo duas crianças, e 119 feridos.

“O secretário-geral sublinha que os ataques contra civis e alvos civis são proibidos pelo direito humanitário internacional e que tais ataques, onde quer que ocorram, devem cessar imediatamente”, disse o porta-voz de Guterres.

Num comentário divulgado hoje pela agência de notícia russa TASS, a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, condenou as declarações de Guterres.

“A Rússia está a ser acusada de um ataque com mísseis em 13 de abril, que alegadamente dá continuidade a uma série destrutiva de ataques semelhantes a cidades ucranianas. Tais avaliações do secretário-geral da ONU são simplesmente desconcertantes”, disse.

Zakharova afirmou que desde o início da ofensiva militar russa, em fevereiro de 2022, “as tropas russas nunca realizaram, não estão a realizar e não realizarão ataques deliberados contra civis”.

“Como o Ministério da Defesa russo sublinha regularmente, os alvos são sempre exclusivamente instalações militares”, disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia.

Zakharova apelou aos dirigentes da ONU “para que tomem uma posição honesta, não permitam comentários tendenciosos sobre os acontecimentos no contexto da crise ucraniana, parem de desacreditar” Moscovo e de “encobrir os crimes do regime de Kiev”.

Pouco depois do ataque, o enviado especial do Presidente dos Estados Unidos à Ucrânia e Rússia, o tenente-general reformado Keith Kellogg, disse que os acontecimentos em Sumi ultrapassavam “qualquer linha de decência”.

“Há dezenas de civis mortos e feridos. Como ex-líder militar, sei o que são alvos, e isto é errado. É por isso que o Presidente [Donald] Trump está a trabalhar arduamente para acabar com esta guerra”, afirmou Kellogg.

A Rússia afirmou na segunda-feira que o ataque com mísseis em Sumi, uma cidade situada a cerca de 30 quilómetros da fronteira entre os dois países, teve como alvo uma reunião de tropas ucranianas.

O ataque foi condenado por vários governos ocidentais, incluindo o de Portugal.

A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, dando início a uma guerra que causou um número de vítimas ainda por determinar e a destruição de muitas infraestruturas ucranianas.