Bombardeamentos na Jugoslávia? NATO destruiu “segurança europeia”
Desde então, a NATO argumentou que se tratava de uma operação necessária face à grave crise no Kosovo, enquanto Belgrado, e o seu aliado próximo Moscovo, consideraram tratar-se de uma campanha ilegal que custou a vida a muitos civis.
Dados do Governo sérvio, responsabilizam os ataques da NATO pela morte de 2.500 civis, enquanto estimativas da organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch totaliza as vítimas civis entre os 488 e 527.
Numa declaração de hoje do Ministério dos Negócios Estrangeiros, a Rússia reitera que os bombardeamentos dos “Estados Unidos e dos seus aliados (…) mataram mulheres, crianças e idosos” e que “o Ocidente destruiu com as suas próprias mãos as bases em que assentava a segurança na Europa no pós-guerra” para “substituir os mecanismos legítimos que regem as relações internacionais por uma espécie de ‘ordem baseada em regras'”.
A Rússia recorda ainda que, durante os bombardeamentos, a NATO utilizou munições de urânio empobrecido, facto constatado pelo Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia, causando a “contaminação de vastas áreas e um aumento sem precedentes de casos de cancro”.
Moscovo argumenta ainda que “nenhum dos representantes da NATO sofreu qualquer punição”, e que, em vez disso, continuaram a considerar as vítimas como “perdas colaterais”.
“A questão da responsabilidade dos aliados da NATO pelos danos que causaram às relações internacionais e diretamente ao próprio país continua em aberto”, conclui a nota do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia.