Pedro Nuno Santos acena a indecisos contrapondo “projeto de futuro” do PS a “passo atrás” da AD
Pedro Nuno Santos esteve numa arruada na Covilhã. ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA
Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS, procurou esta sexta-feira convencer os indecisos contrapondo o “projeto de futuro” do PS com o “passo atrás” que considerou representar a AD, numa arruada na Covilhã em que ouviu várias promessas de voto e algumas queixas.
Acompanhado pelo cabeça de lista do PS no distrito de Castelo Branco, Luís Fazenda, e pelo presidente da Câmara Municipal da Covilhã, Vítor Pereira, Pedro Nuno Santos fez esta manhã uma arruada no centro da Covilhã, distrito onde, nas últimas legislativas, em 2022, o PS obteve 47,65% dos votos, conquistando três dos quatro mandatos em disputa.
Rodeado por uma forte comitiva e com um rufar de bombos como banda sonora ao longo de todo o trajeto, Pedro Nuno Santos cruzou-se com várias pessoas que lhe manifestaram apoio e anteciparam-lhe um “futuro de primeiro-ministro”, mas procurou refrear os ânimos a quem lhe disse que “é quase uma certeza” que o PS vai ganhar.
“Vamos trabalhar para isso, ainda faltam alguns dias. Vamos trabalhar”, contrapôs, salientando que estas legislativas são para “lutar até ao fim e derrotá-los”, numa referência à direita.
Numa altura em que, segundo as sondagens, a taxa de indecisos se mantém perto dos 20%, Pedro Nuno Santos foi questionado pelos jornalistas sobre o que pretende fazer para os convencer, contrapondo que o que está em causa nestas eleições “é construir futuro, avançar, não dar nem um passo atrás”.
“Infelizmente, o que vemos de diferentes dirigentes da Aliança Democrática, e do próprio líder, é altamente preocupante”, afirmou.
Apesar das várias promessas de voto que foi recebendo ao longo de toda a arruada, Pedro Nuno Santos ouviu também algumas queixas de, em particular de uma senhora que, no fim da Rua do Comendador Campos Melo, disse esperar continuar a “gostar sempre” do líder socialista como gosta agora, pedindo-lhe que não se esqueça das suas promessas.
“Eu pago 400 euros de renda, o meu marido é o ordenado mínimo, e a minha reforma é só 300. Não para dá para comer e para a água, luz, gás e comer, não dá. Chega o fim do mês e não temos nada. Não se esqueça de nós”, pediu.
“Nunca!”, respondeu Pedro Nuno Santos, que defendeu que é preciso continuar a aumentar “as pensões e os salários e travar aqueles que cortaram”.
Mais adiante, o líder socialista voltou a ouvir lamentos de outro idoso, mas desta vez relativo ao preço da habitação, que considerou ser uma “dor de alma” que cria sofrimento “em muita gente”.
“Temos de continuar a trabalhar para isso”, reconheceu Pedro Nuno Santos, que, enquanto ministro, tutelou a pasta da habitação entre 2019 e 2022.
No final da arruada, já à entrada do carro, o líder socialista foi desafiado a tocar um reco-reco, mas, questionado se pretende “dar música” aos indecisos, recusou.
“É convencê-los, mobilizá-los para um projeto de futuro e para não darmos nem um passo atrás naquilo que conquistámos, querendo mais, avançando sempre mais”, afirmou.
O líder do PS dedica o dia de hoje da sua campanha aos distritos de Castelo Branco e da Guarda. Depois da arruada na Covilhã, Pedro Nuno Santos está agora a visitar o hospital local.
À tarde, terá um contacto com a população e um comício em Castelo Branco, antes de terminar o dia com outro comício, às 21:00, na Guarda.