Casa da Música celebra pianista Helena Sá e Costa com três dias de concertos
Porto, 19 mai 2023 (Lusa) – A Casa da Música, no Porto, dá hoje início à habitual homenagem que presta à pianista Helena Sá e Costa (1913-2006) e que vai ter o seu ponto alto sábado e domingo com a maratona de teclistas.
Hoje, a sala Suggia recebe a Orquestra Sinfónica do Porto, sob direção de Christian Zacharias, que também estará ao piano, para interpretar um programa que inclui a Serenata n.º2, de Johannes Brahms, e a Sinfonia n.º 4 em ré menor, de Robert Schumann.
“Várias centenas de teclistas, alunos de escolas vocacionais de música de diversos pontos do país, distribuem-se pelos diferentes espaços da Casa e mostram a um público entusiástico o talento que têm, contribuindo para a criação de uma atmosfera muito especial”, pode ler-se no ‘site’ da Casa da Música sobre a iniciativa que acontece no sábado e domingo.
No mesmo texto, a instituição acrescenta: “Não é uma novidade, mas todos os anos nos surpreende. Para 2023 aguardamos, como de costume, uma participação muito expressiva nas salas da Casa da Música”.
Também inserido nesta homenagem está o concerto de domingo, da sino-americana Zee Zee, que a Casa da Música descreve como um dos grandes destaques do ciclo de piano de 2023. O concerto vai incluir peças de Wagner, Schoenberg, Ravel e Liszt.
Helena Sá e Costa nasceu numa família de músicos, neta de https://www.lusa.pt/article/40808667/casa-da-m%C3%BAsica-celebra-pianista-helena-s%C3%A1-e-costa-com-tr%C3%AAs-dias-de-concertos#:~:text=Porto%2C%2019%20mai,Bach%2C%20Mozart%2C%20Beethoven%E2%80%9D.Valentim Moreira de Sá, fundador do Conservatório de Música do Porto, e filha da pianista Leonilda Moreira de Sá e Costa e do pianista e compositor Luiz Costa, além da irmã, Madalena, uma das violoncelistas mais reconhecidas do país.
Ao longo de várias décadas, atuou em concerto em dezenas de países e colaborou com vários músicos e compositores, recebendo em 1983 a Medalha de Mérito da Cidade do Porto e em 1989 a mesma distinção da Secretaria de Estado da Cultura, bem como o Prémio Almada (2000), entre outros galardões.
O Jornal de Letras, no obituário que lhe dedicou após a sua morte em 08 de janeiro de 2006, afirmou que “a história contemporânea do piano, em Portugal, pode contar-se através de um nome, Helena Sá e Costa”.
E foi mais longe ainda: “O seu caminho contém as etapas dos grandes intérpretes mundiais e a construção de um legado, em sucessivas gerações. Estudou com Alfred Cortot e Edwin Fischer, acompanhou músicos como Pablo Casals e Arthur Grumieux, trabalhou com as maiores orquestras e regentes. A crítica internacional reconheceu-lhe ‘a compreensão perfeita’ de Bach, Mozart, Beethoven”.
Londres, 19 mai 2023 (Lusa) – O escritor José Luís Peixoto espera publicar no próximo ano um segundo roteiro literário sobre Portugal na sequência de “Onde”, dedicado aos municípios de Abrantes, Constância e Sardoal, revelou.
O autor, que se encontra em Londres para promover a obra e divulgar a literatura portuguesa, não quis adiantar quais serão as regiões que vai abranger, indicando apenas que espera publicar um novo livro neste formato em 2024.
“A minha grande expectativa é ver o projeto crescer, ou seja, a alargar-se a outros espaços e a tornar-se cada vez maior, até porque é uma forma de eu aumentar os meus lugares”, disse à agência Lusa em Londres.
Peixoto, de 49 anos, explicou: “Ao escrever sobre os lugares, também se tornam um pedacinho meus, e isso é uma coisa que eu quero fazer crescer”.
Lançado em 2022, “Onde” contém textos sobre mais de 60 pontos de interesse nos municípios de Abrantes, Constância e Sardoal, no âmbito do projeto cultural intermunicipal “Caminhos Literários”.
Em perspetiva está uma tradução para castelhano, referiu ainda o escritor à Lusa, à margem de uma iniciativa do Turismo de Portugal de promoção da região Centro na Embaixada de Portugal no Reino Unido, que incluiu uma prova gastronómica pelo cozinheiro Diogo Rocha.
“Parte do desafio [deste livro] foi escrever de forma a ser interessante para as pessoas que conhecem e passam pelos lugares todos os dias e pessoas de Londres que nunca lá foram”, salientou Peixoto durante o evento.
José Luís Peixoto estreou-se na literatura de viagens com “Dentro do Segredo, Uma Viagem na Coreia do Norte”, em 2012, seguido por “O caminho imperfeito” em 2017, no qual traça uma viagem à Tailândia.
Em 2021, participou no projeto “Viagem a Portugal Revisited”, do Turismo de Portugal e da Fundação José Saramago, no qual autores contemporâneos refizeram os roteiros percorridos por Saramago na obra homónima.
Ao longo da carreira, que inclui ficção e poesia, ganhou vários prémios, e a obra está traduzida em mais de trinta idiomas.
Ainda em Londres, José Luis Peixoto vai encontrar-se hoje com estudantes de língua portuguesa do ensino secundário e participar no Festival de Escritores Europeus que terá lugar na Biblioteca Nacional britânica durante o fim de semana.