Biden expressa preocupação a Netanyahu sobre revisão do sistema judicial
Um apelo que um responsável da administração norte-americana, citado pela agência de notícias AP, descreveu como franco e construtivo.
Não houve qualquer indicação imediata de uma reação de Benjamin Netanyahu, que já rejeitou uma proposta de compromisso feita pelo Presidente israelita, Isaac Herzog, para resolver o impasse.
O projeto-lei proposto em janeiro pela coligação de direita israelita liderada por Benjamin Netanyahu pretende limitar os poderes do Supremo Tribunal e tem levado a grandes manifestações no país, todas as semanas, desde então.
Segundo a proposta do Governo, os deputados poderão anular as decisões do Supremo Tribunal por uma maioria simples.
Benjamin Netanyahu disse hoje que as mudanças legais seriam levadas a cabo de forma responsável, protegendo ao mesmo tempo os direitos básicos de todos os israelitas.
O seu governo – a ala mais direita de sempre do país – diz que a revisão se destina a corrigir um desequilíbrio que deu demasiado poder aos tribunais e impediu os legisladores de levar a cabo a vontade dos eleitores.
Os críticos afirmam que a revisão vai alterar o delicado sistema de controlos e equilíbrios de Israel e fazer deslizar o país para o autoritarismo.
Os opositores da medida levaram a cabo protestos disruptivos, tendo mesmo envolvido os militares do país, depois de mais de 700 oficiais de elite da Força Aérea, forças especiais e a Mossad terem dito que deixariam de se voluntariar para o serviço.
A conversa de hoje entre os dois responsáveis seguiu-se a uma reunião no Egito entre oficiais israelitas e palestinianos, na qual se comprometeram a tomar medidas para diminuir as tensões antes de uma época festiva sensível.
A administração de Joe Biden elogiou o resultado da cimeira na estância balnear egípcia do Mar Vermelho de Sharm el-Sheikh, de onde saiu um comunicado conjunto referindo que as partes tinham reafirmado o compromisso de desanuviar a escalada e evitar mais violência.