Presidente do México junta-se a uma marcha em defesa das suas políticas
O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, juntou-se, este domingo, num ato raro, a apoiantes seus numa manifestação nas ruas da Cidade do México, uma demonstração de força face aos adversários já a pensar nas eleições marcadas para 2024.
Opresidente nacionalista de esquerda, muito popular após quatro anos no poder, participou na marcha de apoio às suas próprias políticas que juntou milhares de pessoas no Paseo de la Reforma, no centro da cidade.
“Estou aqui porque claramente quero apoiar López Obrador. Ele fez o que nenhum presidente fez pelos pobres, embora precise de melhorar algumas coisas, como a insegurança. Mas isso não acontece de um dia para o outro”, disse à AFP Ramon Suarez, eletricista de 33 anos.
“Gosto da forma de governar de AMLO (as iniciais e alcunhas do presidente)”, disse Alma Perez, educadora de 35 anos do estado sul de Guerrero.
A participante disse não ligar às críticas dirigidas ao governante: “Não têm razão para existir. Por exemplo, a violência não começou com ele”, acrescentou, referindo-se às dezenas de milhares de homicídios que o México continua a registar todos os anos (33.308 em 2021).
No sábado o chefe de Estado, de 69 anos, no poder desde 01 de dezembro de 2018 e que tem 60% de opiniões favoráveis, segundo as sondagens, tinha “convidado todas as pessoas” a participar no momento “histórico” da marcha de apoio.
Há duas semanas, dezenas de milhares de pessoas marcharam na Cidade do México contra a sua proposta de reforma eleitoral, que pretende reduzir o número de deputados (de 500 para 300) e senadores (128 para 96), e alterar as regras de funcionamento do Instituto Nacional de Eleições (INE) para que os seus membros sejam eleitos e deixem de ser escolhidos pelos partidos.
O presidente acusa o INE de encobrir alegadas fraudes nas eleições de 2006 e 2012, que perdeu.
É necessária uma maioria de dois terços no parlamento para aprovar esta reforma, uma vez que se trata de uma reforma constitucional.
A mobilização de hoje acontece menos de dois anos antes das próximas eleições presidenciais em 2024 (o chefe de Estado do México é eleito para um único mandato de seis anos).
Dois possíveis sucessores do presidente mexicano caminharam com ele, a presidente da Câmara da Cidade do México, Claudia Sheinbaum, e o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Marcelo Ebrard.
A oposição acusa o presidente mexicano de autoritarismo e de querer “militarizar” o país.